A volta do Manto Tupinambá
- MA Cult
- 28 de jun. de 2023
- 1 min de leitura
Museu nacional da Dinamarca vai devolver para o Brasil relíquia sagrada que está na Europa desde o século XVII.
Por Elisangela Roxo

Ilustração: Carvall
Um dos mais bem preservados entre os onze mantos tupinambás remanescentes do século XVII voltará definitivamente da Europa para o Brasil. Até o fim de 2023, o tesouro confeccionado com as penas vermelhas do guará deixará para trás a coleção etnográfica do Nationalmuseet, o museu nacional da Dinamarca, e integrará o acervo do Museu Nacional no Rio de Janeiro. A instituição dinamarquesa anunciou a doação nesta terça-feira 27. A peça, que os indígenas consideram sagrada, está em Copenhague desde 1689, segundo registros oficiais.
“É uma grande honra para nós receber um dos principais artefatos etnográficos do Brasil, que se encontra no exterior há tanto tempo. A devolução mostra a confiança do Nationalmuseet no nosso trabalho, depois de tudo o que aconteceu”,
disse ontem à piauí Alexander Kellner, diretor do Museu Nacional. Na noite de 2 de setembro de 2018, um curto-circuito desencadeado pelo superaquecimento de um ar-condicionado provocou um incêndio que destruiu boa parte da instituição brasileira.
Kellner se reuniu com a direção do Nationalmuseet em abril, na capital dinamarquesa, e viu o manto pela primeira vez.
“A relíquia desperta em nós um enorme senso de responsabilidade. Vamos falar a verdade: se o manto estivesse conosco antes, teria queimado. O Brasil precisa entender a importância de cuidar do próprio patrimônio cultural. Ainda estamos aguardando ações do governo federal que possibilitem o repasse de 180 milhões de reais por empresas privadas e estatais para concluirmos a reconstrução do museu até 2026.”
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